Tuesday, October 4, 2016

Eu Era Moradora de Rua e Fui Estuprada. Minha Filha é a Luz Que Surgiu de Todo Aquele Horror, por Michelle Olson

Foi um dos períodos mais sombrios da minha vida – as relações com meus pais estavam atribuladas, tinha acabado de passar por uma péssima separação com o pai de meus dois filhos, fora traída por meus amigos e acabei nas ruas, na lista de espera para ser acolhida em um abrigo para moradores de rua. Eu não tinha mais nada e não sobrou ninguém com quem eu pudesse contar. Eu rezava para morrer logo. Em uma semana, em vez de morrer, eu fui estuprada.

Descobri que fiquei grávida ao ser estuprada. Tendo sido vítima de estupro várias vezes em
minha vida, eu conhecia o instinto de tentar tirar aquilo da cabeça: simplesmente não pensar sobre o que aconteceu. Ter uma barriga crescendo que me lembrava continuamente do estupro foi bastante doloroso no princípio, mas eu me forcei a lidar com a dor e tentar superá-la. Eu era muito emotiva, mas sabia que meu bebê precisava que eu enfrentasse a situação. Além disso, finalmente consegui uma vaga no abrigo.

Tentei ligar para uma agência a fim de colocar o bebê para adoção, mas não conseguia completar nenhuma ligação. A cada vez que eu tentava, eu chorava sem parar. Foi então que finalmente decidi ficar com meu bebê.

Ela tornou mais fácil superar o estupro. Ganhei uma menininha linda pelo que me aconteceu. Ela é meiga, amável e linda. Tudo o que passei não é nada se comparado à alegria que minha Alice trouxe para minha vida. Deus me deu um motivo para seguir em frente. Minha filhinha é meu milagre.

Meu doce anjo me ajudou de mais maneiras que eu possa contar. Ela faz o mundo um lugar mais bonito. Minha filha pode parecer um inconveniente para alguém que não a conheça, por ter sido concebida em situação de estupro e ser uma pessoa com deficiência. Porém, qualquer um que a conhece descobre o que é bondade e amor incondicional. Os vizinhos sorriem quando a veem e esperam pelos abraços.

Atualmente moramos no Texas, onde Alice faz fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Até o momento ela apenas recebeu o diagnóstico de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH ou Attention Deficit Hyperactivity Disorder - ADHD), mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Ela é a menina doce que adora abraçar todo mundo que encontra. Nunca precisei ensiná-la a partilhar – ela é muito generosa por natureza. Eu amo demais a minha filha e já vi muitas vidas transformadas por causa da vida dela.

Devido a essa experiência, acabei adotando minha melhor amiga como minha mãe. E o mais interessante é que o filho único dela também foi concebido em situação de estupro. Ela tem sido fonte de conforto em todos os momentos e fica muito orgulhosa de chamar a Alice de neta.

Na verdade, tenho duas amigas muito próximas cujos filhos foram concebidos em situação de estupro, mas elas não falam disso. Uma tinha 16 anos e foi expulsa da casa dos pais por ter engravidado. Até que seu filho completasse 12 anos, ela não havia contado a eles que tinha sido estuprada pelo namorado. Fora estuprada antes e o pai estuprador a forçara a abortar quando tinha apenas 14 anos. Ela ainda se sente mal por causa disso, mas estava determinada a não fazer aquilo novamente quando engravidou de seu filho.

A outra fora estuprada quando estava na faculdade e não sabia que estava grávida até uma fase avançada da gestação. Ela disse que teria abortado naquela época se soubesse antes da gravidez. Chegou a pensar em colocar o bebê para a adoção, mas mudou de ideia. Ela nunca mais conseguiria completar uma gravidez depois daquilo. Quando o menino cresceu, ela decidiu ser voluntária em um centro de atendimento para gestantes em risco, e seu filho único foi a razão pela qual ela se tornou uma defensora da vida!

Se você também tem uma história como a nossa, saiba que não está sozinha, e espero que esse testemunho a encoraje.

Eu Fui Estuprada, Mas O Aborto Quase Me Destruiu -- Ashley Sigrest

Quando estava no ensino médio, eu fui estuprada.  Não contei a ninguém, estava assustada e tive medo de contar para minha mãe. 

Quando descobri que havia engravidado, contei a minhas amigas e todas me disseram para abortar. Na clínica de aborto, me abri e contei tudo o que havia me acontecido – que havia sido estuprada e que não tinha certeza se queria abortar; então eles apressaram um “aconselhamento” – um processo que consistia em um conselheiro varrendo minhas dúvidas e me apressando para assinar um formulário de consentimento. 

Ninguém nunca me ofereceu qualquer aconselhamento a respeito do estupro ou dos meus medos em relação ao aborto. Eu me sentia sem valor e desesperançada. Olhando para trás, eu queria apenas que alguém tivesse conversado comigo. 

O aborto quase me destruiu, entrei numa espiral de alcoolização e depressão e me dei conta que matei o meu bebê, a minha própria carne e sangue. Por anos me flagelei e não contei a ninguém. Não houve ninguém para me dizer que eu era forte o suficiente, ninguém para me ajudar. 

Conheci outras mulheres que como eu foram estupradas e escolheram abortar, e por isso vivem em remorso. Muitas delas sentem tanta vergonha e escolhem o aborto porque não conseguem falar sobre o que lhes aconteceu. 

Eu quero estar junto ao movimento pró-vida Save The 1 (Salve O 1 por cento -- Os Casos Difíceis) para ser uma voz para essas mulheres. 

Eu fiz o que o mundo me disse, eu abortei o filho do meu estuprador. Contudo, acabei matando o meu próprio filho. Eu não obtive os resultados que eles me disseram que teria.

Ashley Sigrest (EUA)


Save The 1